terça-feira, 15 de novembro de 2016

Mergulhões no Arroio Dilúvio







            Já faz alguns dias que vejo mergulhões no leito do Arroio Dilúvio (Ipiranga), como são exímios pescadores, fiquei pensando no que faziam naquele ambiente poluído, sem vida. Para minha surpresa, hoje fazendo minha corridinha na incompleta ciclovia, que ainda falta a metade, consegui observar com mais calma o leito do riacho. Ao passar pela PUC em direção à Antonio de Carvalho, um grande número de mergulhões tomando sol, secando as asas, de barriga cheia, animais com ótima aparência. Fiquei confuso, pensando do que estavam se alimentado e para minha surpresa, peixes. Tive que parar para olhar aquilo, nunca tinha visto cardume de peixes no Arroio Dilúvio. Não naquele trecho. Alguns grandes, aparentemente carpas. A água não estava turva, conseguia-se enxergar os animais nadando, as aves mergulhando e se servindo. Isso mostra a força da natureza, todo o poder de destruição que nós humanos temos e fazemos diariamente não são suficientes para cessar esta energia primitiva, que busca sempre encontrar uma forma de se manter viva e pulsante.

Um sinal de que mesmo tentando destruí-la, ela se reinventa.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

A República é um lixo



A República é um lixo. Desde sua existência.

Quando meu bisavô chegou ao Brasil, à convite do Imperador sensibilizado com as péssimas condições de vida dos alemães no Volga, já não encontrou mais o anfitrião. Pedro II já havia sido banido do Brasil, por um pequeno grupo, ditos abolicionistas, financiados por uma elite escravocrata que ainda se sentiam lesados pela perda da mão de obra escrava. A história do Brasil é construída por golpes. Os maragatos resistiram, e junto com a elite da Marinha, na Revolução Federalista e Revolta da Armada, 10 mil mortos. O Marechal de Ferro, terminou com a imprensa, impetrou o terror e transferiu a presidência ao primeiro presidente civil do Brasil, Prudente de Moraes, este foi aquele que acabou dizimando quase 30 mil pessoas em Canudos. Euclides da Cunha foi correspondente neste episódio e narra com muita transparência sua decepção pela República. Os poderes acabam se alternando entre São Paulo e Minas Gerais, no conhecido poder das oligarquias do café com leite. Getúlio Vargas, golpeia os golpistas com a bandeira dos trabalhadores, e uma nova era se instaura. Setores conservadores pressionam e o velho castilhista se mata, postergando o golpe militar. João Goulart tenta fazer reformas, e sua viagem à China é taxada como um convite ao comunismo. Militares golpistas tentam destituí-lo do poder, e seu cunhado, Leonel Brizola prepara uma resistência que acabou entrando para história em 1961, conhecido como a legalidade. Em 1964 os militares assumem de vez, ficando 21 anos no poder, com um parlamento fictício onde dois partidos coexistiam Arena e MDB. Bom lembrar que Arena era o partido militar, e o MDB era um partido fantoche de oposição, sempre controlado pelo regime. A Arena virou PDS, que acabou extinto por sua essência, e o MDB virou PMDB, esse partido fantoche que nunca conseguiu eleger um presidente. 

Hoje vivemos dias esquisitos. Estranhos. O vice presidente do Brasil, do PMDB, assume a presidência do país sob pretexto de que a presidente cometeu crime de responsabilidade. Esse mesmo crime de responsabilidade parece que agora já foi sancionada nova lei que permite tais ações, enquanto o presidente viaja para a China participar de acordo comercias do G20. A neta de Brizola se aliou ao PMDB, coitado do velho deve estar se remoendo em seu descanso. O PT se aliou ao PMDB para governar. Sartori, do PMDB, no Rio Grande do Sul se elegeu por 60% do eleitorado para governar o estado. Os gaúcho estão gostando muito da sua forma de governo, espetacular plantando sementinhas. 

E o pior, acabei de ver que representantes da realeza, entraram com recurso no STF para questionar os direitos de elegibilidade da ex Presidente. Com devido respeito, são uma vergonha para Pedro II. Pessoas que vivem de privilégios, deveriam ao menos buscar seu espaço com dignidade, não comendo restos. 

A República é um lixo. O povo sempre foi coadjuvante na história. Os descendentes do Império se contentam com as migalhas do lixo. Não temos futuro.