sexta-feira, 8 de julho de 2016

Olimpíadas no Brasil






Essa charge do Iotti, pontual, me faz pensar sobre Olimpíadas no Brasil.


Imagine a seguinte situação:


Você mora com sua mãe. Uma senhora, já com idade avançada, castigada pelo tempo, carregada de cicatrizes deixadas por revoltas e golpes que levara ao longo de sua vida.
Você não gera renda, mas administra os escassos recursos de sua mãe. 
Sua mãe sofre de doenças crônicas, onde é necessário o uso de uma grande quantidade de medicamentos e despesas médicas para mantê-la viva. 
Você tem muitos amigos ricos, e por várias vezes frequentou a casa destas pessoas, curtindo festas e usufruindo de toda a hospitalidade despendida. 
Sentindo-se na obrigação de retribuir, você resolve dar uma festa. Conversa com sua mãe explica que ela não pode ficar na sala, pois não seria legal seus amigos a verem naquele estado, ao menos naquela ocasião festiva. Você sugere que ela fique por alguns dias no quarto. Você usa parte dos recursos que seriam utilizados para compra de medicamentos e compra bebidas, comidas exóticas, organiza a casa, aluga móveis, ainda faz um empréstimo para contratar serviços. A festa segue muito animada, e dura alguns dias. Seus amigos o acham o cara. Sua mãe está escondida no quarto. Ao final da festa seus amigos vão embora, ficando a bagunça, alguém vomitou no sofá, outro estava dormindo no canto da sala, alguns móveis danificados. Nada do que outro empréstimo - no cartão da sua mãe - não resolva, importante é que você é o cara e todos vão lembrar de sua receptividade. Você descansa um pouco, afinal foi um evento muito intenso e vai visitar sua mãe, deixada no quarto. Ela está morta. 
Chamava-se República.